Funcionária ameaçada de demissão por uniforme justo será indenizada

Prestadora de serviços de limpeza deve pagar indenização de R$ 3 mil por danos morais a uma agente de asseio, que foi ameaçada de demissão por usar uniforme apertado. 

Para a juíza do Trabalho Maria Fernanda Maciel Abdala, da 3ª vara do Trabalho de Mauá/SP, mulher foi exposta ao ridículo, configurando assédio moral.

Segundo a funcionária, a empresa não forneceu o vestuário em um tamanho adequado à trabalhadora, que atuava em uma escola municipal. Alegou que não havia calças disponíveis na sua numeração, o que a obrigava a trabalhar com uniformes apertados.

Em seu depoimento, a representante da empresa afirmou que o problema não chegou ao conhecimento da organização e que, se tivesse chegado, “com certeza, seria autorizada a substituição por outra indumentária”.

Ela também mencionou que todos os funcionários eram orientados a trabalhar uniformizados.

Uma testemunha ouvida em audiência relatou ter presenciado várias vezes a agente informando ao chefe sobre o problema com o uniforme, sendo respondida de maneira grosseira que “era o que tinha para usar”.

A testemunha também afirmou ter visto a trabalhadora usando uma calça que não fazia parte do uniforme, situação na qual ela foi repreendida pelo superior na frente de outros colegas.

A empresa não contestou as provas apresentadas nem apresentou testemunhas.

A juíza, ao analisar o caso, considerou que o comportamento do superior hierárquico violava gravemente a dignidade da funcionária, configurando assédio moral.

“Não se trata de falta de educação apenas, mas da intenção inequívoca e deliberada de ofender a moral da reclamante, atingindo sua dignidade em seu âmago.”

Além de reconhecer o assédio, a sentença destacou que as atitudes do superior não apenas afetaram a funcionária individualmente, mas também contribuíram para a degradação do ambiente de trabalho, o que é “inadmissível”.

Diante das provas, a juíza fixou a indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil.

O município de Mauá/SP, que contratou os serviços da empresa, foi responsabilizado de forma subsidiária.

Processo: 1001074-68.2023.5.02.0363
Leia a decisão.

Com informações do TRT-2.

Fonte: Migalhas

Compartilhe esse artigo

Precisa de Assistência Jurídica?

Entre em contato conosco para discutir como podemos auxiliar você. 

Últimos conteúdos

STJ estende direito real de habitação a herdeiro vulnerável com esquizofrenia: Proteção à moradia prevalece

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão histórica ao estender o direito real de habitação a um herdeiro vulnerável. O colegiado decidiu que um homem

noticia

Clube Atlético Catarinense de futebol masculino pode ter que mudar de nome por decisão judicial

Uma decisão da 4ª Vara Cível da comarca de São José (SC) determinou que o Clube Atlético Catarinense, time masculino com sede na Grande Florianópolis que já disputou a Série

noticia

Reconhecimento de filiação socioafetiva é diferente de adoção por avós

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e determinou o prosseguimento de uma ação de reconhecimento de multiparentalidade por vínculo socioafetivo. A

noticia

Trabalhador apalpado por supervisor durante ‘festa da firma’ deve ser indenizado

O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) confirmou a condenação de uma empresa por danos morais a um técnico de internet que foi importunado sexualmente por seu supervisor.

noticia

Parte do cônjuge não devedor é calculada sobre o valor da avaliação do imóvel leiloado

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que quando um cônjuge que não é devedor exerce o direito de preferência para arrematar um bem indivisível

noticia

Empresas pesqueiras de SC são condenadas a treinar pescadores para emergências no mar

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu provimento à Ação Civil Pública do MPT e condenou duas empresas pesqueiras de Santa Catarina a implementar um plano de treinamentos de emergência

noticia

Herdeiros não respondem por dívidas do falecido antes da abertura do inventário

A 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) negou, por unanimidade, o recurso de um banco que tentava incluir os herdeiros de um executado no polo passivo

noticia

TJSC entrega títulos do Programa Lar Legal e promove ordenamento urbano em Passo de Torres

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) celebrou mais uma conquista do Programa Lar Legal, entregando 43 títulos de propriedade para famílias da comunidade Rosa do Mar, em Passo

noticia

Devolução de valores por distrato: STJ afasta corretora da responsabilidade solidária com construtora

Em um precedente importante para o mercado imobiliário, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que a corretora de imóveis não responde, de forma solidária, pela restituição

noticia