Busca ativa humaniza jovens fora do perfil padrão para oferecer nova chance de adoção em SC

A ferramenta Busca Ativa tem desempenhado um papel essencial na viabilização de adoções para crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional. Na comarca de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, dois casos recentes exemplificam como a ferramenta tem sido importante para garantir o direito à convivência familiar e comunitária.

O caso mais recente ocorreu na última semana, em 12 de março, quando um adolescente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) foi adotado por um casal de Rondônia. A aproximação teve início por meio da Busca Ativa e permitiu aos pretendentes conhecer melhor a história do garoto e manifestar interesse. Após a construção do vínculo, a audiência de entrega foi realizada pelo juízo da Vara da Família, Infância e Juventude da comarca de Balneário Camboriú, ato que consolidou a formação da nova família.

Outro caso marcante envolveu um adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 15 anos, adotado no ano passado por um casal homoafetivo do Rio de Janeiro. A aproximação também começou por meio da Busca Ativa, e a sentença de adoção foi prolatada em novembro de 2024. O desfecho dessa jornada trouxe uma coincidência especial: a adoção foi oficializada no dia do aniversário do adolescente, fato que tornou a data ainda mais significativa.

“Tivemos na comarca dois casos recentes e felizes, em que a ferramenta deu visibilidade a adolescentes acolhidos. O interesse manifestado pelos pretendentes possibilitou a atuação das equipes técnicas forense e da instituição de acolhimento, responsáveis pela aproximação, e culminou com as esperadas adoções”, compartilha a juíza Camila Coelho, titular da Vara da Família, Infância e Juventude da comarca de Balneário Camboriú, ao ressaltar a importância da ferramenta como um meio de ampliar as possibilidades de adoção.

Segundo a magistrada, a Busca Ativa, que pode ser acessada apenas por pretendentes previamente habilitados, permite dar luz e voz às crianças e adolescentes aptos à adoção e que estão na espera por sua família. “Considerando que o perfil comumente desejado pelos pretendentes à adoção frequentemente não coincide com o perfil das crianças e adolescentes aptos à adoção, a Busca Ativa certamente tem grande importância ao possibilitar o despertar do interesse e da conexão, abrindo espaço para a formação do vínculo e para a aproximação para fins de adoção”, observa.

Sobre a Busca Ativa

A Busca Ativa é um recurso destinado a aumentar as chances de adoção de crianças e adolescentes acolhidos, cujo perfil não se enquadra nos padrões mais frequentemente buscados por pretendentes. Ela é utilizada somente quando se esgotam as possibilidades de encaminhamento por meio do Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

No âmbito do PJSC, existem dois sistemas para pretendentes habilitados realizarem a Busca Ativa: a Busca Ativa do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) e o A.DOT. Ambos permitem que os pretendentes conheçam informações básicas das crianças e adolescentes aptos à adoção, como nome, idade, fotografia ou vídeo e uma breve apresentação pessoal. Demonstrado interesse, o contato é intermediado pela equipe responsável, garantia para que o processo ocorra de forma cuidadosa e respeitosa com as necessidades do adotando.

OBS: A divulgação das fotos publicadas nesta reportagem foi autorizada pelos pais adotantes e a imagem dos adolescentes foi borrada.

Fonte: TJ/SC

Compartilhe esse artigo

Precisa de Assistência Jurídica?

Entre em contato conosco para discutir como podemos auxiliar você. 

Últimos conteúdos

STJ estende direito real de habitação a herdeiro vulnerável com esquizofrenia: Proteção à moradia prevalece

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão histórica ao estender o direito real de habitação a um herdeiro vulnerável. O colegiado decidiu que um homem

noticia

Clube Atlético Catarinense de futebol masculino pode ter que mudar de nome por decisão judicial

Uma decisão da 4ª Vara Cível da comarca de São José (SC) determinou que o Clube Atlético Catarinense, time masculino com sede na Grande Florianópolis que já disputou a Série

noticia

Reconhecimento de filiação socioafetiva é diferente de adoção por avós

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e determinou o prosseguimento de uma ação de reconhecimento de multiparentalidade por vínculo socioafetivo. A

noticia

Trabalhador apalpado por supervisor durante ‘festa da firma’ deve ser indenizado

O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) confirmou a condenação de uma empresa por danos morais a um técnico de internet que foi importunado sexualmente por seu supervisor.

noticia

Parte do cônjuge não devedor é calculada sobre o valor da avaliação do imóvel leiloado

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que quando um cônjuge que não é devedor exerce o direito de preferência para arrematar um bem indivisível

noticia

Empresas pesqueiras de SC são condenadas a treinar pescadores para emergências no mar

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu provimento à Ação Civil Pública do MPT e condenou duas empresas pesqueiras de Santa Catarina a implementar um plano de treinamentos de emergência

noticia

Herdeiros não respondem por dívidas do falecido antes da abertura do inventário

A 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) negou, por unanimidade, o recurso de um banco que tentava incluir os herdeiros de um executado no polo passivo

noticia

TJSC entrega títulos do Programa Lar Legal e promove ordenamento urbano em Passo de Torres

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) celebrou mais uma conquista do Programa Lar Legal, entregando 43 títulos de propriedade para famílias da comunidade Rosa do Mar, em Passo

noticia

Devolução de valores por distrato: STJ afasta corretora da responsabilidade solidária com construtora

Em um precedente importante para o mercado imobiliário, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que a corretora de imóveis não responde, de forma solidária, pela restituição

noticia